terça-feira, 4 de agosto de 2015

HOJE 04/08 - DIA DO PADRE

A pequena cidade de Dardilly, perdida nas montanhas que circundam Lyon, na França, viu nascer no dia 8 de maio de 1786 um menino que se tornaria uma das glórias da Igreja e venerado como santo: João Batista Maria Vianney.
Era o terceiro dos seis filhos de um piedoso casal de agricultores, Mateus Vianney e Maria Béluse. Nesse lar modesto, a caridade cristã era uma herança de família. O pai de Mateus, Pedro Vianney, tivera anos antes a felicidade de albergar em sua casa o santo-mendigo, São Bento José Labre. João Maria foi batizado no mesmo dia em que nasceu, e como todos seus irmãos e irmãs, foi consagrado à Santíssima Virgem, segundo o bom costume da época.Foi quando se abateu sobre a França a tormenta que, durante anos, levou o terror e a devastação àquela nação antes verdadeiramente cristã: a Revolução Francesa.Uma lei de 19 de dezembro de 1793 fechou as escolas religiosas e obrigou as crianças a frequentar as escolas públicas, sob pena de multa aos pais. Mas no ano seguinte um católico, o “cidadão Dumas”, pôde reabrir sua escola, e nela ingressaram João Maria e sua irmã Catarina.João Maria passara a ajudar o pai nos trabalhos mais pesados: lavrava a terra, cuidava da vinha, recolhia nozes e maçãs, podava as árvores, empilhava a lenha. Tudo fazia com recolhimento e espírito sobrenatural. Dirá mais tarde: “É mister oferecer a Deus nosso trabalho, nosso repouso e nossos passosOh, como é belo fazer tudo por Deus! Se trabalhas com Deus, és tu que trabalhas, mas é Deus que abençoa o teu trabalho. De tudo [Deus] tomará nota. A privação de um olhar, uma provação, serão anotadas”.À noite João Maria lia o Evangelho e a Imitação de Cristo antes de repousar.                                 Quando completou 17 anos, consolidou-se nele a ideia de ser padre, mas o pai não queria nem ouvir falar disso.Mais tarde o jovem soube que o Pe. Balley abrira uma escola em Ecully, para a formação de futuros sacerdotes. Voltou então a insistir com o pai para nela ingressar. Finalmente, pressionado pela esposa, Mateus Vianney concedeu a licença.A gramática latina foi um tormento para esse camponês, já com 20 anos de idade. Mais habituado ao trato com os animais e a lavoura do que com as letras, tinha dificuldade em reter na memória o que aprendia. Apesar de estudar com tenacidade, seus progressos no estudo eram quase nulos. Fez então uma peregrinação a Louvesc para visitar o túmulo de São João Francisco de Régis, taumaturgo da região. Este atendeu o pedido com muita parcimônia: com muita dificuldade João Maria aprendeu o estritamente necessário para ser ordenado.Finalmente, no dia 13 de agosto de 1815, o bispo de Grénoble conferiu-lhe a ordem sacerdotal. Foi nomeado coadjutor de seu protetor Padre. Balley, em Ecully, mas sem licença para ouvir confissões. Aquele que passaria depois jornadas inteiras no confessionário, e seria modelo de confessor, tinha que estudar mais para ser considerado apto a atender confissões.No dia 17 de dezembro de 1817 falecia o Padre. Balley, amigo e benfeitor do Padre. Vianney, e este ficou com todo o ônus da paróquia. Mas por pouco tempo, pois logo foi designado para a cidadezinha de Ars, um aglomerado de algumas dezenas de casas, com apenas 230 habitantes. O humilde sacerdote tornaria esse vilarejo universalmente famoso.omo na maior parte das localidades rurais da França, sacudidas durante anos pelos vendavais da Revolução Francesa, em Ars a decadência religiosa era total. Os habitantes viviam num paganismo prático, formado de negligência, indiferentismo e esquecimento das práticas religiosas. Era corrente o péssimo hábito de blasfemar. Nas noites de sábado, os homens se reuniam em alguma das quatro tavernas da cidade para entregarem-se à bebedeira. O descanso dominical não era observado. Os jovens eram apaixonados pelos bailes, mas ignoravam até os rudimentos da doutrina católica. As crianças começavam a trabalhar desde cedo nos campos, e mal apareciam nos catecismos. Tampouco havia escola permanente para instruí-las. Havia certo fundo religioso, mas muito pouca piedade.Como fazia para instruir seus paroquianos um sacerdote tão mal preparado, com memória fraca e poucos talentos? Ele preparava longamente seus sermões. Ia escrevendo tudo o que lhe vinha à cabeça, depois procurava reter na memória o que tinha escrito. Então lia tudo em voz alta, para si mesmo. Uma, duas, três vezes.No dia seguinte, pronunciava seu sermão com voz gutural, na qual predominavam as notas agudas. No começo, fazia um esforço tremendo quando pregava. Alguém lhe perguntou: “Por que o Sr. fala tão alto quando prega, e tão baixo quando reza? É que quando prego, falo a surdos, e quando rezo falo a Deus, que não o é”.Após anos de ministério, o Padre. Vianney podia afirmar: “Encontro-me numa paróquia de muito fervor religioso, e que serve a Deus de todo o coração”. Mais tarde exclamava entusiasmado do púlpito: “Meus irmãos, Ars não é mais a mesma! Tenho confessado e pregado em missões e jubileus. Nada encontrei como aqui”.
Vianney não era só pastor das almas de Ars. Deus quis que o pobre Cura fosse o Apóstolo universal do século. A santidade do pobre Vianney atraía as almas, que nas suas necessidades o procuravam, para a ele se confessar e dele receber conselhos e conforto. Esta afluência durou trinta anos e só por uma intervenção sobrenatural pode ser explicada. As peregrinações a Ars começaram em 1826. De 1835 em diante, o número anual de peregrinos que procuravam o Cura d’Ars, excedia a 80.000. Eram leigos e sacerdotes, bispos e cardeais, sábios e ignorantes, que vinham ajoelhar-se-lhes aos pés. Em 1843 recebeu um coadjutor e os missionários diocesanos vinham de vez em quando lhe prestar serviços também. Inúmeros eram os milagres que se operaram na humilde casa do Cura d’Ars. Tão numerosas eram as curas, devidas à intervenção de Vianney, que alguém um dia lhe disse: “Senhor Cura, basta que digais apenas: quero que estejas curado e a cura está feita”. Vianney ouvia os doentes em confissão e dirigia-os à capela de Santa Filomena. Era lá que os milagres se efetuavam. Só Deus sabe quantas conversões se realizaram em Ars, quantas almas lá encontraram a paz desejada.
Vianney morreu a 4 de agosto de 1859, mas a sua memória ainda está viva e glorioso se lhe tornou o túmulo. Declarado “venerável” por Pio IX, em 1925 lhe foi conferida a honra dos altares, pela solene canonização proferida pelo Papa Pio XI.

São João Maria Batista Vianney foi proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes, e o dia de sua festa, 4 de agosto, escolhido para celebrar o Dia do Padre.
Fonte: Espaço JAmes                                                                                                       Amor mariano (site)       

Nenhum comentário:

Postar um comentário